Já fazia mais de um mês que eu não botava os pés no sebo de CD's. Ontem, algo me dizia que não haveria arrependimento se eu desse uma passada por lá - o que não significa nada, já tive esse tipo de intuição antes e quebrei a cara. Mas, aqui também, a esperança venceu o medo. Reuni a pouca energia restante (ando numa pasmaceira de doer) e parti rumo ao desconhecido. Entrei na loja e cumpri o ritual de sempre, indo direto na letra B das bandas de rock (assim economizo tempo, não gosto de nenhuma que comece com A). Nem bem comecei a escarafunchar a segunda fileira, tive a atenção capturada por uma capa estranhíssima. Nela, um mineiro de carvão olha, algo espantado, para um fulano que parece saído de uma banda de glam rock. Nenhum tipo de informação, apenas a foto em preto e branco. Normalmente eu daria de ombros e seguiria em frente. Porém, quis o destino que eu pegasse o CD para conferir o nome em sua lateral. Mal pude acreditar nas palavras que terminei por ler: Black Box Recorder - England Made Me. Não bastasse isso, quase fui às lágrimas ao descobrir que custava apenas 14 pratas! Mordam-se de inveja! Ah, trata-se de uma cópia promocional da versão inglesa, por isso não reconheci a capa. De quebra, também levei o álbum verde do Weezer.
Após essa verdadeira epopéia, ainda encontrei disposição para encarar outro sebo (entupido de gente, por sinal). Saí de lá carregando o Open, último trabalho dos Cowboy Junkies. Só não comecei a soltar fogos porque esse é um daqueles discos que exigem várias audições até a ficha cair. A primeira metade é conduzida pela guitarra do Michael Timmins em jams arrastadas e repletas de distorção; a voz da Margo está quase inaudível, mixada lá no fundo. A coisa só melhora nas últimas cinco músicas, quando é retomado o som característico dos canadenses. Vai levar algum tempo até eu poder dar uma opinião menos reticente.
Filosofia barata do dia: A vida é como uma loja de CD's usados... você nunca sabe o que vai encontrar.
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